domingo, 21 de agosto de 2022

1989 - Morre Raul Seixas, o "pai do rock brasileiro"

 

Nascido em Salvador, no dia 28 de junho de 1945, ele iniciou sua carreira musical em 1962, época em que a bossa nova estava em alta. Contudo, ele preferiu seguir a linha de sua influência rock and roll, associada a elementos da música nordestina como o baião, xaxado e música brega. Quando adolescente, Raul chegou a fundar um fã-clube brasileiro do cantor Elvis Presley.
 
Sua primeira banda era chamada Os Relâmpagos do Rock, que mais tarde mudaria de nome para The Panthers e, finalmente, Raulzito e os Panteras. Contudo, a fama e o reconhecimento ainda estavam longe, tanto que no final dos anos 60 ele tentou a carreira como produtor na CBS, onde produziria e comporia para Jerry Adriani, Renato e Seus Blue Caps, Trio Ternura, Sérgio Sampaio e outros. Contudo, perdeu o emprego por usar o dinheiro da empresa, sem conhecimento dos seus superiores, na realização do seu LP, Sociedade da Grã Ordem Kavernista Apresenta Sessão das Dez.
 
O reconhecimento do seu trabalho aconteceria em 1972, quando foi às finais do Festival Internacionl da Canção, evento de música da Rede Globo, com Let Me Sing Let Me Sing e Eu Sou Eu Nicuri é o Diabo. A participação valeu um contrato a Philips Phonogram. Ele lançou um compacto com esta música e, mais tarde, um segundo, Ouro de Tolo, seu primeiro grande sucesso.
 
Era o começo de uma carreira promissora, em que produziu 21 álbuns de estúdio, ao longo de 26 anos. Entre seus parceiros musicais está o escritor Paulo Coelho. Eles começaram a formar em parceria o grupo Sociedade Alternativa, anarquista, baseado na doutrina de Aleister Crowley e também destinado a estudos esotéricos. O grupo foi considerado subversivo pelo regime militar brasileiro e ambos se exilaram nos Estados Unidos, entre 1973 e 1974. No exterior, Raul conheceria ídolos como Elvis Presley, John Lennon e Jerry Lee Lewis.
 
Nesta época, foi lançado Gita, possivelmente o seu maior sucesso de vendagens e repercussão. Depois, seguiram outros trabalhos igualmente bem aceitos pelo público como Novo Aeon, Há 10 Mil Anos Atrás (último em parceria com Paulo Coelho), Raul Rock Seixas, O Dia Em Que a Terra Parou.
 
A partir dos anos 80, a saúde de Raul Seixas mostrou sinais de fragilidade por conta do consumo de álcool. Contudo, ele seguiu trabalhando em projetos como Mata Virgem, Por Quem os Sinos Dobram, Abre-te Sésamo. Passou a sofrer de hepatite crônica em virtude da bebida e começou a ter problemas com contratos e shows.
 
Pouco antes de sua morte, em 1988, Raul compôs, gravou e excursionou com o também baiano Marcelo Nova, vocalista da banda punk Camisa de Vênus. Seu último LP, A Panela do Diabo, foi lançado dois dias antes de sua morte. Curiosamente, depois disso, Raul passou a ser mais venerado do que nunca e seus trabalhos póstumos foram todos sucessos de vendas. Até hoje é comum escutar o pessoal gritando "toca Raul" ao pedir música para bandas em bares e festas.
 

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